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Experiências: Vocação ao sacerdócio por Davide Raia

Hoje, dia 08/10, Davide Raia, seminarista da Paróquia, irá se ordenar diácono.
Mas você sabe como essa vocação foi iluminada ao Davide?
Ele nos contou um pouquinho de sua experiência vocacional…

“Eu sempre fui um pouco rebelde, desde minha infância. Sempre buscando atenção, em especial a do meu pai. No grupo de amigos, sempre quis ser alguém, e assim fui crescendo. No Ensino Médio, comecei a frequentar grupos que me levavam a fazer besteiras. Fiz tantas, tantas escolhas erradas. Tinha grande desejo de fugir de casa. Pensava que meus pais me limitavam, pensava que não eram os pais certos para mim. Aos poucos percebi que tudo que eu fazia nunca me satisfazia.

Aos 18 anos, voltei a frequentar a Igreja por um convite do meu pai. E, maravilhado, na Igreja não encontrei regras nem imposições, mas me senti perdoado dos meus pecados e das minhas faltas. Na Igreja, percebi que aquilo que eu tanto buscava era Cristo, esse “tanto” era Cristo! Foi através do Caminho Neocatecumenal que conheci uma comunidade de irmãos que não me julgavam pelos meus erros.

Depois fiz uma peregrinação, aí aconteceu um milagre na minha vida, senti um forte desejo de deixar aquela minha vida. Então uma palavra foi iluminada a mim, como se Maria estivesse falando através de Cristo: ‘ Tu és sacerdote para mim ‘. Então tive a firme decisão de dar um rumo em minha vida.

Hoje eu vejo como a mão de Deus estava preparando esse caminho! Tudo o que aconteceu na minha vida foi providencial para encontrar a Deus. Deus nunca julgou, nunca acusou aquilo que eu fiz, mas ele olhou em mim aquilo que eu desejava fazer, desejava ser, Ele viu a esperança, Ele me viu com esperança, não olhou apenas meus defeitos.

Esse ‘ sim ‘ à Deus veio através de um querigma, de dois seminaristas que estavam fazendo uma missão no meu povoado. Eles bateram à porta da minha casa, para me anunciar a Cristo, eu os deixei entrar, e eles me anunciaram Cristo através de um evangelho. O evangelho era Mateus 21, 1-11, onde Cristo fala para os discípulos irem em um povoado, para encontrar um jumentinho amarrado, pois Ele precisava desse jumentinho. E Cristo fala para os discípulos soltarem o animal e levá-lo consigo, e que se alguém os perguntassem por que levavam o animal, para que respondessem que o Senhor precisa dele, mas logo o devolverá.
Esse foi o evangelho que me foi proclamado no ano de 2004. O querigma que os seminaristas me anunciaram me encontrou numa realidade fracassada em que eu vivia!

Um deles me perguntou: ‘ Davide, o que te fala essa palavra? ‘. Eu não soube responder, porém eles me disseram, ‘ Tu és esse jumentinho, que está amarrado e que Cristo irá mandar soltar ‘, essa fala dos seminaristas (discípulos de Cristo) se realizou completamente em minha vida. Porque Cristo me soltou, me fez livre de pecados e de muitas escravidões que eu tinha em minha vida.

Pela primeira vez encontrei alguém que me amava como eu era. Onde não precisava mais fingir ser alguém que eu não era para ser amado.
Amar a si mesmo não é algo difícil, é impossível.
Eu preciso ser amado para me amar!
E apenas Cristo soube me amar e me conduzir dentro de mim para me amar! Para não me escandalizar daquilo que eu sou e para, assim, amar o outro.
Quando falta o Senhor, falta tudo!
Muitos me dizem “Davide, caramba, você mudou a vida, que bom, você deu a vida por Cristo!”
Mas não foi assim, foi exatamente o contrário: foi Cristo que deu a vida por mim!

Desse encontro de amor saiu a vocação! A vocação presbiteral ou religiosa é um se apaixonar por Deus que se revelou em Cristo no dia a dia da vida cotidiana! E continua se revelando nos acontecimentos da vida!
Eu gostaria que todos os jovens amigos da paróquia se apaixonassem por Ele! Dessa paixão nasce um discernimento único para tomar o rumo da vida, para descobrir a própria missão nessa humanidade!
Dizia João Paulo II: “O amor é uma síntese de duas existências que convergem num certo ponto.” Deixo ao leitor descobrir o que é esse ponto!

Santo Agostinho procurava Deus através das criaturas, através dos homens, até que um dia descobriu que Deus habitava dentro dele.
A vida de Santo Agostinho espelha muito a minha vida!
O evangelho diz que Cristo precisava do jumentinho para levá-lo a Jerusalém, eu hoje sou esse jumentinho que irá levá-lo às pessoas!
Me sinto muito grato por estar na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, que me acolheu esplendidamente. Me senti muito acolhido pelos paroquianos, gostei muito dos jovens. Enfim, muito agradecido.”

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